My Sweet Dreams

     Todos nós já devemos ter sentido isso, seja em relação ao que for. Connosco ou com ou outros.      Vivemos numa sociedade de aparências onde o "Não faças isso! Parece mal!" É lei! Frases como "aquela pessoa de cor!", "vai para a tua terra", "estás mais gorda(o)", "coitadinho, é deficiente.", irritam a minha alma profundamente e geram uma espécie de ira incontrolável. "Dá-me licença que o esbofeteie?". Nesta sociedade vivemos então numa liberdade mascarada, fingida.      Sou contra qualquer tipo de descriminação!  Desde cedo aprendi a lidar com a diferença! Relembro, com os meus 4 ou 5 anos haver uma menina muito amorosa, pura! Diziam-nos apenas uma vez "brinquem com ela normalmente!". E era o que fazíamos! Sem qualquer tipo de obstáculo. Até ficarmos todos cansados! E assim foi ao longo da minha vida!      Na escola primária tive contacto com todo o tipo de crianças. Da mais rica a mais pobre. Aprendi a ler

     Mais um dia sozinha comigo mesma...      Olho em volta e não vejo ninguém. Nada! Este sossego assusta-me. O que é isto? Solidão? O meu maior medo!      As paredes parecem engolir-me. Os móveis começam a apertar. O espaço torna se minúsculo para o meu pequeno tamanho. Sinto um vazio enorme dentro de mim. Será que o mundo sabe que estou aqui? Será que eu sei que o mundo está ali?      Aparecem vultos, por entre as sobras da escuridão. Imaginação ou realidade? Sou capaz de ouvir o som do silêncio, e faz tanto barulho. Os dias passam e a rotina torna os iguais. Começo a viver numa monotonia extrema. E a tristeza invade o meu ser e toma o controlo da situação... e apareces-te!      Vieste juntamente com o luar, trazer para a minha vida mais cor, mais luz! Contigo não existem dias iguais! És único em tudo o que fazes! Todos os dias são uma aventura contigo. A conquista da tua confiança torna-se um jogo a dois, onde cada um puxa para seu lado. Mas no fundo procuramos o mesmo. Dás

     Olho para a TV e só me apetece chorar! Desligo! Vou para a Internet... e só me apetece chorar! ... será verdade? Ou vivemos todos um pesadelo conjunto?      Está tão quente aqui! E lá? Um forno! No nível mais elevado! De que me queixo? Nem eu sei ...      Não consigo imaginar a aflição de ver o fogo levar o que se levou uma vida inteira a construir. Não consigo imaginar a aflição de ter de correr pela vida, por nada mais poder fazer... abandonar tudo e agarrar a última esperança de sobrevivência, a Vida!      Vi imagens de uma estrada ("estrada da morte", dizem) que parecia ser uma autêntica montagem de um filme de terror, com efeitos especiais do mais alto nível. Mas não! É real! Aquelas pessoas morreram mesmo a tentar salvar-se! Seja pelo fogo, pela inalação de fumo, por despiste, é assustador!      Já vi as mesmas imagens vezes e vezes sem conta. Numa remota esperança que tudo não tenha passado de um sonho mau. Na expectativa que digam que tudo não passou de uma part

🐟🐌🎉🎊 Cheira bem! Cheira a Lisboa!🎊🎉🐌🐟      Balões, fitas, barretes... sardinhas, bifanas, caracóis, caldo verde... cerveja, sangria, vinho... há para todos os gostos!      Hum... que cheiro é este? Assada! Sardinha assada! Como eu adoro! Sou capaz de comer uma dúzia sozinha! Sem medos! No auge do meu metro e meio!      Este mês enche-me o coração! Traz alegria e calor! Sinto-me bem! Em paz de espírito!      Amanhã comemoro 27 anos de batismo! E que batizado! Dia 13 de Junho de 1990 ! Tinha apenas um ano, infelizmente não me recordo. Mas as memórias que partilharam comigo ao longo dos anos, levam-me a um imaginário muito real! Desde a queda do meu pai no altar com a grande vela na mão, ao menino Jesus ter nascido na Nazaré... tudo foi memorável. Estávamos na Primavera de 1990 . Rescaldo da noite de Santos Populares, á antiga portuguesa! Até ao amanhecer e soarem os foguetes da marcha vencedora! Posto isto, seguem -se banhos e mudas de roupa! Embora nos anos 90 não fossem a

Sentada espero a minha vez! Com uma impaciência que me percorre todas as veias do corpo. Começo a sentir um burburinho em mim! Invade todas a minha células! Vem devagar, sem aviso. Instala-se em mim uma grande pressão. Nao consigo evitar. E continua a percorrer o meu corpo. Sinto um ligeiro tremer de pernas, que depressa se espalha e toma posse de todo o meu ser! Depois disto? Calma já não dá! Vem a próxima fase. Começo a tremer em todo o corpo, sinto-me como se a temperatura baixa-se drasticamente! Tudo em mim treme sem eu querer! O coração acelera, a respiração está prestes a ficar descontrolada! E fico ofegante! Sinto-me perdida, assustada. Sinto uma tremenda sensação de aperto, angústia. Matei alguem? Cometi algum crime? Não! O coração marca mais de cem batidas por minuto. Começo a pensar "Vou morrer! É agora!". E aquele sentimento invade a minha mente com uma força que me imobiliza! São cerca de cinco, dez minutos. Com sorte! Mas para mim que tenho todas as emoções

Doce cheiro a Primavera... Adoro isso! De todas as estações é a minha predileta! Tudo em si é mágico! As cores, os sons, até o toque é diferente! Sinto me livre, leve, feliz... Vagueio nas florestas imensas rumo ao meu futuro colorido, risonho. Continuo... Até as flores vêm comprimentar-me! Com o seu melhor sorriso, com um perfume único que só a mãe natureza tem! Sem quimicos, sem filtros! Beleza pura e simplesmente arrebatadora... Os pássaros cantam músicas que nos ficam no ouvido e nos transportam para uma dimensão imaginária, onde tudo é possível e impera a lei do Amor ! Continuo a sentir cada pormenor com  um gosto infantil. Já não é igual! Mudou! Eu mudei! As tardes passadas na rua a montar "arraial" com os brinquedos, a pedir uma moedinha para o Santo António (ganhei tanto contigo meu Santo preferido!), a correr, a brincar... sentia-se uma sensação de segurança inexplicável, um aconchego de família! E vinha a primavera, brindar-nos com todo o seu esplendor! Traze

       A vida corre sem eu notar. Sinto tudo ao pormenor como se uma brisa me tocasse suavemente na pele! E continuo caminhando. Rumo não sei bem onde, buscando não sei bem o quê. Pesquiso, procuro e acho! A minha felicidade. Na simplicidade do mundo, nas coisas mais banais. Um sorriso, uma lágrima, um abraço, um silêncio. Palavras soltas vagueiam na minha mente e continuo a minha viagem. Onde estou? Para onde vou? Não sei, mas continuo. O caminho é em frente, a luz continua á minha espera. A vida continua a guiar-me até ao meu destino, até concluir o meu objetivo. Quem sou? O que faço aqui? Pouco importa agora. Não desistir, concluir a minha viagem sem destino. Qual destino?       A minha mente corre desenfreadamente, buscando respostas para todas as minhas dúvidas, em vão! Corre por entre montes e vales, mares e oceanos, florestas cobertas de vegetação.  Silêncio! Tudo o que não suporto! E vagueio pelo meu mundo, procurando o burburinho do vento, a alegria do mar, o sorriso do sol,

Esperar, esperar e esperar... será a vida uma espera constante? Começa desde cedo, com a espera interminável de nove meses, até vermos luz ao fundo do túnel. E isso é só o começo desta enorme espera... Seguem-se as tardes infinitas de chuva, quando só queria ir brincar para a rua. " Tens de esperar que a chuva pare! " dizia a minha mãe. E nunca mais parava. Parecia-me. E aquela espera impaciente pelas cartas da escola! Tinha de ganhar aquela corrida ao meu pai! Antes que ele soubesse que não ia às aulas para ficar á espera que o tempo passa-se. Deserdava-me! A espera dos resultados dos testes era outra dor de cabeça. Como uma mandriona formada que sou, estudava na última e ainda chorava " Não tenho tempo! ", tempo esse que desperdiçava á espera! Espera sempre! Em tudo! Pelas notas, pelos concursos para a faculdade, pelas entrevistas de emprego, espera, espera e mais espera... Bancos, hospitais, lojas, etc... Em tudo há espera! Diz a gíria que " Saber esp

Ainda ouço o cântico dos passarinhos através da janela, da sala ampla, de casa dos meus pais.  Esta melodia transporta-me para uma infância mais do que feliz! Onde brincávamos na rua até ser de noite. Entre escondidas, apanhada, macaquinho do chinês, e tantas outras... " Olhó carro!! " Gritávamos quase esporadicamente! Que saudades daquele cheiro, daquela luz. O ar, o som das coisas. Paz de espírito, pureza no coração!  Brincar! Tudo o que tínhamos de fazer! E brincar a sério! Até doer as pernas, de tantas vezes cair. Em vez de arder os olhos por causa de um monitor! Brincar até a minha mãe ir á janela do quarto andar e soltar o valente grito " Jantarrrr ". Saudades da minha infância... e já la vão mais de vinte anos...