Palavras soltas...

       A vida corre sem eu notar. Sinto tudo ao pormenor como se uma brisa me tocasse suavemente na pele! E continuo caminhando. Rumo não sei bem onde, buscando não sei bem o quê. Pesquiso, procuro e acho! A minha felicidade. Na simplicidade do mundo, nas coisas mais banais. Um sorriso, uma lágrima, um abraço, um silêncio. Palavras soltas vagueiam na minha mente e continuo a minha viagem. Onde estou? Para onde vou? Não sei, mas continuo. O caminho é em frente, a luz continua á minha espera. A vida continua a guiar-me até ao meu destino, até concluir o meu objetivo. Quem sou? O que faço aqui? Pouco importa agora. Não desistir, concluir a minha viagem sem destino. Qual destino?
      A minha mente corre desenfreadamente, buscando respostas para todas as minhas dúvidas, em vão! Corre por entre montes e vales, mares e oceanos, florestas cobertas de vegetação.  Silêncio! Tudo o que não suporto! E vagueio pelo meu mundo, procurando o burburinho do vento, a alegria do mar, o sorriso do sol, a clareza da chuva. Vagueio em busca de algo que julgo ter perdido, em busca de mim mesma! Com uma sede de viver! De viver ao limite, de aproveitar cada momento!
Os meus sentidos são mais que notórios, como se fosse uma criança a descobrir o sabor da vida! E sabe tão bem! Inocência, do interior do meu ser, algo que sempre me acompanhou e que tento não perder! Alegria, força e coragem! A viagem continua, o caminho é longo, mas só é penoso se eu assim o quiser, se eu assim o construir! Cabe a mim a inteira responsabilidade da minha vida, sou eu que construo o meu castelo! Belo o sabor da vida, e sinto-o!

      Sinto as emoções a fluir com um gosto suave! Sinto o despertar de sentimentos com os quais tinha perdido contacto. Vêm até mim sem os chamar, chegam e permanecem. Puros, claros, genuínos! O que procuro? Nada! Tenho tudo aquilo de que preciso! Tenho a base principal da vida dentro de mim! Amor no coração! Doce e terno amor, que me enche o coração, que me eleva a alma até á parte mais longínqua do universo! Amor, tão grande amor! Sempre comigo, sempre em mim! Não preciso de nada, tenho tudo! Coração cheio! Quem semeia amor, colhe amor! Alegria que me enche a alma e me eleva o ego!

     E continuo a minha viagem, rumo ao infinito! Á procura do meu lugar, até chegar a minha vez, até ao meu último suspiro! Até a minha alma se elevar, buscando novos desafios, novos ensinamentos, novas metas! Sim, sou Eu!

Telma de Oliveira 

Lisboa, 23 de Abril de 2015